Valor de aluguel passa por ajuste na Capital

Texto veiculado no jornal 'O Estado de São Paulo' dia 18/10/2014

O valor médio do aluguel na cidade de São Paulo sofreu uma valorização no período julho 2013-junho 2014, embora menor que a inflação. A alta acumulada do valor médio do aluguel é de 5,85% enquanto a inflação chegou a 6,52%. ``O mercado de locação parece estar vivendo este ano uma fase de ajuste, de adequação de valores``, opinou o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto. A explicação de Viana Neto é que os proprietários devem ter percebido a existência de um descompasso entre a variação dos aluguéis e a renda das famílias que precisam alugar imóveis e por isso passaram a dosar melhor os aumentos este ano. ``É um ajuste que se expressa em números``, afirmou o presidente do CRECISP, ao destacar que, no ano passado, a alta dos aluguéis na cidade de São Paulo ficou quase 3 pontos percentuais acima da inflação. A inflação medida pelo IPCA do IBGE fechou 2013 em 5,91% e o aluguel chegou a 8,84%. ``Quando o aluguel sobe mais que a média dos preços e dos índices que costumam balizar os reajustes salariais em determinado período, cria-se um desequilíbrio entre a capacidade de pagamento dos virtuais inquilinos e os valores de mercado que acaba forçando um ajuste mais à frente``, ressalta Viana Neto. A ``equação do ajuste`` se resolve, disse ele, ou com redução dos valores iniciais de locação por decisão dos próprios donos dos imóveis ou por força da lógica de mercado ``que impõe a redução dos valores quando os imóveis começam a ficar tempo demais vazios, gerando custos sem receitas para cobri-los``. Segundo a Pesquisa CRECISP relativa ao mês de junho, os imóveis mais alugados na cidade de São Paulo foram os de valor mensal até R$ 1.200,00. Eles representaram 58,07% do total de novas locações contratadas nas 353 imobiliárias pesquisadas pelo CRECISP. A maioria das locações foi contratada com seguro do fiador (39,03% do total), seguido de perto pelo depósito de três meses do valor do aluguel (35,86%). As outras formas de garantia distribuíram-se entre o seguro de fiança (19,45%), a caução de imóveis (4%), a locação sem garantia (1,52%) e a cessão fiduciária (0,14%).