Fonte: Assessoria de Imprensa e Comunicação - Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento
Objetivo do PIU Arco Tietê é reconectar bairros, atrair investimentos e melhorar a qualidade vida em região onde moram mais de 240 mil pessoas; plano urbanístico impacta diretamente o desenvolvimento econômico da cidade
Transformar um território historicamente marcado por galpões industriais, barreiras viárias e desigualdades sociais, econômicas e ambientais em um novo polo urbano com moradia acessível, geração de emprego e renda, dinamismo econômico, mobilidade qualificada e qualidade ambiental. Essa é a proposta da Prefeitura de São Paulo com o Plano de Intervenção Urbana (PIU) Arco Tietê, atualmente em fase de consulta pública. A iniciativa é conduzida pela Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento (SMUL) e São Paulo Urbanismo.
O Arco Tietê está situado em uma Macroárea de Estruturação Metropolitana (MEM), território definido pelo Plano Diretor como estratégico para transformação. Ele funcionará de forma integrada com planos propostos para outras regiões, como os PIUs Arco Leste, Arco Pinheiros, Arco Jurubatuba e Setor, além das Operações Urbanas Água Branca, Água Espraiada e Bairros do Tamanduateí. A proposta também incorpora estratégia de resiliência urbana e climática, articulando-se com iniciativas como o Plano Municipal Hidroviário (PlanHidro SP).
Com cerca de 3.600 hectares — o equivalente a 2,3% do território da capital — o plano abrange a planície fluvial do Canal do Rio Tietê e trechos de 14 distritos, como Lapa, Barra Funda, Pirituba, Santana, Vila Maria e Tatuapé. O objetivo é propor instrumentos e projetos de reorganização de desenvolvimento deste território, atrair investimentos e melhorar a vida de quem vive, trabalha e circula pela região.
O PIU Arco Tietê prevê uma série de intervenções, como a recuperação de áreas ociosas, construção de moradias populares, qualificação da mobilidade sustentável, novos eixos viários e ampliação de áreas verdes e de equipamentos públicos. Tudo isso articulado com políticas públicas e projetos que visam entender e respeitar as pré-existências de cada lugar e requalificar o território aprimorando suas conexões, com olhar também a acessibilidade e sustentabilidade.
Território estratégico e em transformação
Com população estimada em 240 mil habitantes (Censo 2022), o perímetro do PIU Arco Tietê vem crescendo em densidade populacional, enquanto outras áreas centrais da cidade, como Consolação e Bela Vista, apresentam retração. O território abriga equipamentos importantes, como o Anhembi e o Campo de Marte, além de infraestrutura viária robusta com a Marginal Tietê e diversas rodovias.
No entanto, o histórico da região é marcado por fragmentação social e espacial, vulnerabilidade no acesso a infraestrutura básica e barreiras físicas significativas — como vias expressas e linhas ferroviárias — que dificultam a conexão entre bairros e o acesso a serviços essenciais. O plano pretende reverter esse quadro, promovendo uma reestruturação urbana integrada e equilibrada.
Confira as iniciativas:
Habitação: novas moradias e ocupação inteligente do território
O PIU Arco Tietê propõe uma nova dinâmica habitacional, priorizando a produção de habitações de interesse social – acompanhadas de toda a infraestrutura necessária -, a fim de reduzir desigualdades no acesso à moradia.
Além disso, o plano prevê a reconversão de espaços para novos usos, estimulando a economia criativa, o setor logístico e a geração de empregos locais. A região, que passou por desindustrialização e fechamento de lojas físicas, concentra hoje grandes vazios urbanos e terrenos subutilizados, anteriormente ocupados por fábricas e galpões.
Mobilidade: bairros conectados e integração com transporte coletivo
A mobilidade é outro ponto central do plano. Hoje, o território do Arco Tietê é fragmentado por vias expressas e linhas férreas que dificultam o deslocamento entre os bairros e o acesso a serviços. O PIU propõe novos eixos viários, travessias seguras, ciclovias e corredores de ônibus, integrando o território de forma mais eficiente.
Além disso, o plano está estrategicamente alinhado a projetos de transporte de alta capacidade, como as Linhas 6-Laranja, 19-Celeste e 20-Rosa do Metrô, além do Trem Intercidades, que ligará São Paulo a Campinas. Essas conexões devem impulsionar a mobilidade e reduzir o tempo e o custo dos deslocamentos, tornando a região mais atrativa para moradores e empresas.
Sustentabilidade: integração com o Rio Tietê e resiliência climática
Integrar a cidade ao Rio Tietê é um dos grandes desafios e oportunidades do PIU. A proposta inclui a valorização das margens do rio e seus afluentes de forma integrada com parques lineares, áreas de proteção ambiental e soluções baseadas na natureza.
Além disso, o plano traz medidas para auxiliar no controle de inundações, redução de ilhas de calor e aumento da permeabilidade do solo, ampliando a resiliência climática da cidade.
A articulação com o Plano Hidroviário Municipal (PlanHidro SP) e o Plano de Ação Climática (PlanClima) é imprescindível para que os objetivos sejam alcançados.
Consulta pública aberta à população
No fim de maio, a Prefeitura lançou a terceira consulta pública digital sobre o Plano de Intervenção Urbana (PIU) Arco Tietê. O objetivo é fortalecer o diálogo com a sociedade, comunicar a retomada dos estudos do PIU e apresentar uma versão atualizada do Diagnóstico Econômico e Territorial. A consulta estará disponível na plataforma Participe+ até o dia 30 de junho. Clique aqui para acessar.
A participação da sociedade não se limitará ao formato digital. Estão previstas também agendas presenciais em Subprefeituras e reuniões com instâncias colegiadas, com cronograma a ser definido.
O desenvolvimento do plano decorre das exigências do Plano Diretor Estratégico de 2014, que determinou a elaboração de Projeto de Lei, encaminhado à Câmara Municipal em 2016. Em 2017, o Executivo solicitou sua retirada do Legislativo, a fim de propor uma nova abordagem para o território, considerando o novo cenário configurado por planos, projetos e regramentos.