Mulher até 2030 dá voz às mulheres do Conselho


Dando início às comemorações da Semana Internacional da Mulher, o CRECISP realizou um debate entre as lideranças femininas do Conselho. O evento teve transmissão ao vivo pelas redes sociais e trouxe à pauta as dificuldades que a mulher enfrenta no crescimento e destaque profissional.

Conselheiras e delegadas se revezaram para contar um pouco de suas histórias e da resiliência necessária para que se consiga atingir o sucesso, tanto na vida pessoal quanto no mercado de trabalho.

Os depoimentos das participantes foram carregados de emoção e boas lembranças, mostrando a força da mulher e sua importância, como mantenedora das famílias, exemplo para os filhos e segurança na atividade que exerce.

A conselheira Aida Maria Alves Costa Marques abriu os trabalhos relatando que a corretagem sempre fez parte de sua vida de maneira natural. “Meu pai, Antonio Macuco Alves, foi um dos responsáveis pela promulgação da primeira lei que regulamentou a profissão, em 1962. Eu tinha 16 anos e participei muito disso. Com muita satisfação sou corretora e essa profissão nasceu comigo. É a única coisa que sei fazer e faço com todo esforço e abnegação.”

Ana Alice De Finis Pagnano, que é conselheira em São José dos Campos, narrou sua história com muita emoção, falando sobre seus estudos na faculdade de Direito e a trajetória no mercado imobiliário. “Em 1979, quando acabei a faculdade, fui trabalhar em uma imobiliária na área de administração. Meu pai era presidente da OAB e peguei gosto pela política classista. Ao longo dos anos, comecei a atuar no Creci, como delegada e, depois, como conselheira. Vejo que a vida é um grande aprendizado e que profissão não tem sexo. Ou somos ou não somos corretores! Eu amo o meu nome, minha familia, minha profissão e amo ser mulher.”

A conselheira Angelita Esnarriaga Viana contou que foi aprendendo a atividade como corretora de imóveis com o passar do tempo. E hoje, considera-se um exemplo para a família. “Fui a pioneira dentro da família e, atualmente, todos são corretores, meus sobrinhos, filhos... Minha filha esta à frente da imobiliária, aprendeu muito e sabe que estou lá, como seu apoio. É muito importante trabalhar com ética porque é assim que você ganha seus clientes. É gratificante mesmo.”

Cristiane Jordão Araujo, que é delegada regional de Sorocaba, acredita que ser mulher e corretora é uma gratificação enorme. “Digo a todos que, quem gosta de gente, deve olhar para esse mercado imobiliário porque tem espaço para todos. Fui convidada a assumir o cargo de delegada e, desde então, tenho tido a oportunidade de conhecer outros municípios também, e ainda cuido de cinco projetos sociais. Hoje, as pessoas olham para a mulher com outro olhar.”

A delegada regional de Itu, Elaine Branco, falou sobre seu trabalho na área de treinamentos, detacando que abraçou a profissão com o objetivo de dar o seu melhor e compartilhar conhecimento. “Me aprofundei por causa dessa habilidade que eu precisava desenvolver melhor e descobri muitas áreas que podemos desenvolver. No meio da carreira, eu me lembrei que sou mãe, dona de casa, e que precisava cuidar mais da minha saúde também. Com a maturidade, determinei o que era mais saudável para mim enquanto pessoa, para poder ser uma boa profissional.”

A representante de Osasco foi a delegada regional Ilda Credídio, que destacou que, independentemente de ser mulher, é preciso escutar antes de falar, ser confiante, otimista, ter transparência e, principalmente, foco. “Tenho orgulho por ser corretora e delegada regional. Agradeço ao CRECISP por me capacitar mais e mais, pela função de corretora. Obrigada ao Conselho e parabéns a nós, mulheres, que somos guerreiras e temos que continuar a luta.”

A diretora tesoureira do Conselho, Isaura Aparecida dos Santos, relembrou tantos sonhos que realizou, entregando a casa própria a inúmeras famílias. “E o Creci, sinto como se fosse a minha casa. Nós, mulheres, estamos fortes e firmes, com novos desafios. Eu mesma, voltei aos plantões de vendas, e estou realizando, novamente, o sonho de muitas pessoas. So tenho que agradecer por essa profissão que abracei com muito carinho.”

A conselheira Magali dos Santos trouxe relatos de uma adolescência difícil, em que ela descobriu sua vocação para o mercado imobiliário muito cedo. “Aos 13 anos, queria trabalhar como datilógrafa em uma imobiliária. Aos 18 anos, consegui iniciar no setor e, depois, tirei o Creci, batalhei e abri minha própria empresa. Quando nasceu a Magali Imóveis, construímos um prédio que está, hoje, com 35 anos. Não é facil ser corretora mas a gente consegue, com garra, determinação e ética profissional.”

Ao contar sua história, a delegada regional de Rio Claro, Maria José Pucci, disse que enfrentou muito preconceito, pois era a única mulher da família que saiu de casa para estudar em outra cidade. “Minha mãe soube a hora certa para soltar os filhos. Por isso, presto uma homenagem a ela também. Trabalhei em várias empresas em São Paulo, mas queria voltar para Rio Claro para me aproximar da família. Quando retornei, veio o entusiasmo de fazer minha primeira venda, trabalhando na imobiliária de um amigo. Depois desse tempo, acho que fiz a lição direitinho.”

A delegada regional de Piracicaba, Maria Vilanir Dias, veio do Nordeste e, quando chegou ao município, foi trabalhar em uma imobiliária para tentar alugar um imóvel para morar sem fiador. “Prestava muita atenção nas atividades e comecei a descobrir que essa seria a minha profissão. Aí, fui convidada para atuar no grupo de trabalho social, fui subdelegada e, hoje, estou como delegada regional, o que é uma grande honra.”

Marina Bandeira é delegada regional do CRECISP em São José dos Campos. Formou-se como advogada, mas acabou fazendo o curso de TTI e, na sequência, o de avaliação de imóveis. “Me apaixonei pela profissão. Me chamaram para o grupo de trabalho da mulher corretora e, em 2014, me convidaram para o cargo de delegada. Sou muito grata à profissão que me deu muitas oportunidades, de ter imobiliaria, participar em grandes transações. A profissão me permitiu viver o que vivo hoje, consigo trabalhar online, estou muito feliz pelo Conselho e pela realização que me permite.”

Neiva Sueli Pivetta, que é conselheira de Campinas, se mostrou sensibilizada ao ver tantas histórias emocionantes de suas colegas. “Vim da roça para Campinas, para estudar. Meu presente de aniversário, com 7 anos, foi uma enxada e uma botina. E trabalhei muito para vencer. Fundei minha imobiliária em 1987 e com 28 anos, fui convidada a fazer parte de um grupo do Conselho. Tudo que tenho devo a essa profissão. Sou muito feliz e não tenho nem palavras.”

Nurimar Staffa de Almeida é subdelegada regional de Caraguatatuba. Ela começou na atividade por insistência da uma chefe. Hoje, analisa que essa é uma profissão motivadora, embora, às vezes, frustrante. “É um aprendizado diário. Me sinto realizada tambem. Atuo como subdelegada há 3 anos e esse é um dia especial para nós. Parabenizo também as veteranas, principalmente por não desistirem, levantar sempre e seguir em frente!”

A conselheira Rosangela Martinelli Campagnolo comentou que as histórias ouvidas são motivadoras e inspiradoras. “Sou a terceira de três irmãs. Tive muita dificuldade de aprendizado na escola. Minha irma mais velha nunca precisou estudar só prestou atenção na aula. Ela era brinlhante. A minha irmã do meio também. E quando chegou minha vez, dei trabalho para minha mãe. O meu primeiro dia de aula foi também o meu primeiro dia de trabalho na empresa dos meus pais. Aí, comecei a amar a profissão e me encontrei no meio. Fico feliz por minha filha querer seguir meu exemplo, buscando as mesmas profissões que escolhi.”

Sueli Michelin Antonio, subdelegada regional de Santo André, está em uma imobiliária desde os 14 anos e tudo o que tem, deve à sua empresa, que hoje está com 40 anos. “Faço tudo com zelo e mantenho clientes há muitos anos, sempre com o intuito de poder realizar o maior sonho de uma pessoa, que é conseguir a casa própria. Quero parabenizar as mulheres por todos os dias. Somos guerreiras e lutadoras.”

A conselheira de Piracicaba, Therezinha Maria Serafim, constatou a importância de todos os depoimentos conhecidos ao longo do evento. “São depoimentos que nos mostram, cada dia mais, a capacidade da mulher. Nunca pensei em me tornar corretora. Trabalhei por varios anos na secretaria da fazenda. Montei minha primeira auto escola feminina. Minha mae resolveu ser corretora de imoveis para me ajudar no sustento da familia. Fui coordenadora da Coapin por 17 anos, subdelegada, em 2018 conselheira. E ao completar 80 anos, eu continuo a realizar o sonho de tantas pessoas.”

Para a “rainha da Paulista”, Valentina Caran, a trajetória de sucesso como mulher e corretora não foi fácil. “Também vim da roça, cheguei em São Paulo para vender livros, fui vender para um corretor e acabei me tornando corretora. Meu legado são 3 das minhas 6 filhas que são corretoras. Estou muito feliz com minha profissão, tudo o que conquistei foi graças ao meu trabalho.”

Ao final do encontro, o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto, parabenizou as participantes e ressaltou a força da mulher no mercado imobiliário e na vida das famílias. “Vocês são dignas de todo o respeito e admiração. Nosso mercado ganhará cada vez mais destaque quanto maior for a participação feminina na corretagem.”