Venda e locação de usados fecham outubro no azul

Texto veiculado no jornal O Estado de São Paulo dia 05/12/2015

A Capital encerrou o mês de outubro com um saldo positivo na venda de imóveis usados. Os negócios cresceram 27,1% em relação a setembro. E o número de novas locações residenciais foi 2,76% maior. O bom desempenho desses dois mercados marcou a pesquisa feita com 314 imobiliárias da Capital pelo CRECISP em outubro, mês em que o número de imóveis devolvidos por inquilinos às imobiliárias foi recorde no ano. Os locatários entregaram casas e apartamentos às imobiliárias alegando motivos financeiros (68,49%) e outros motivos (31,51%), e o número de chaves devolvidas superou em 21,01% o de imóveis alugados. A devolução vinha em alta desde o início do ano, quando o percentual foi de 79,69% do total de locações, e cresceu para a faixa de 90% em agosto, chegando 97,65% em setembro. `A renda das famílias encolhe por causa da inflação, do desemprego e do arrocho salarial e as que moram de aluguel têm de ajustar também essa despesa, trocando de moradia para gastar´, explicou José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP. Ele acrescentou que esse movimento de troca se reflete também no comportamento geral do mercado de locação, que nos 10 meses deste ano acumula saldo positivo de 59,31%. `Mas o motivo principal do crescimento registrado no mercado de locação continua sendo a dificuldade de comprar a casa própria´, afirmou Viana Neto, ao lembrar que as pessoas precisam morar de alguma forma e muitos não têm outra opção que não seja alugar. `O mercado de venda de imóveis usados também está em crescimento no ano, com saldo positivo de 25,43%, metade do registrado na locação´, ressaltou. O presidente do CRECISP acredita que parte desse crescimento é alimentada pela troca dos imóveis novos pelos usados, `pois os compradores fazem as contas e veem que, em muitos casos, a relação custo-benefício favorece o imóvel usado, mais barato´. Viana Neto apontou também os financiamentos como fator de sustentação das vendas de imóveis usados: `Ainda que aos trancos e barracos, com o predomínio da CAIXA, o crédito imobiliário é que vem mantendo mais da metade das vendas desde o início do ano´, acrescenta. Em outubro, os financiamentos da CAIXA e dos demais bancos responderam por 59,79% das vendas de casas e apartamentos usados na Capital, o quarto melhor resultado do ano. As vendas à vista somaram 39,13% e as feitas com pagamento parcelado pelos proprietários, 1,09% do total. A pesquisa do CRECISP apurou que os preços do metro quadrado dos imóveis usados vendidos no período pelas 314 imobiliárias consultadas aumentaram em média 7,52%. Os imóveis mais vendidos foram os de valor final até R$ 400 mil, com 50% dos contratos. Na distribuição das vendas por faixa de valor, 52,46% se concentraram na faixa de até R$ 5.000,00 o metro quadrado. O preço de imóvel usado que mais aumentou na Capital foi o de casas de padrão médio com até 7 anos de construção situados em bairros da Zona E, como Brasilândia, Grajaú e Guaianases. O preço médio do metro quadrado subiu 45,38%, de R$ 2.533,33 em setembro para R$ 3.682,92 em outubro. O imóvel que ficou mais barato foi o apartamento de padrão médio com mais de 15 anos de construção localizado em bairros da Zona C, como Lapa, Mandaqui, Mirandópolis. O preço médio do metro quadrado baixou 31,48%, de R$ 5.483,25 para R$ 3.757,27. O aluguel residencial ficou 2,49% em média mais barato em outubro na comparação com setembro, mês em que já havia registrado queda de 2,77%. Essa queda ocorreu mesmo com crescimento de 2,76% no número de imóveis alugados em outubro. Os imóveis mais alugados foram os de aluguel mensal até R$ 1.200,00, que somaram 54,35% dos novos contratos. Os proprietários concederam descontos sobre os aluguéis inicialmente pedidos de 12,56% na Zona A; de 6,92% na Zona B; de 15,61% na Zona C; de 10,59% na Zona D; e de 8,2% na Zona E.