Locação segue em alta na Capital

Se por um lado o segmento de vendas fechou o mês de setembro em queda, a Pesquisa CRECISP registrou a boa fase das locações de imóveis residenciais usados na cidade de São Paulo. O Conselho divulgou os resultados desse levantamento na última semana e constatou que o número de casas e apartamentos alugados na Capital foi 17,62% maior em setembro que em agosto. Foram consultadas 321 imobiliárias e as respostas indicam que essa é a segunda maior alta do ano, levando o crescimento acumulado desde janeiro para 56,55%. Ainda de acordo com a Pesquisa, os aluguéis residenciais baixaram em média 2,77% nesse período na Capital, o que pode ter favorecido esse aumento no número de novas locações. A preferência dos novos inquilinos recaiu sobre casas e apartamentos com aluguel mensal de até R$ 1.200,00, que somaram 52,67% dos novos contratos. Outro fator positivo para as locações foram os descontos concedidos pelos proprietários - em Setembro, maiores que em Agosto - em três das cinco Zonas de Valor que compõem a pesquisa: na E (+ 23,91%, de 9,20% para 11,40%); na C (+ 28,61%, de 7,48% para 9,62%); e na Zona A (+ 22,87%, de 9,88% para 12,14%). Os descontos baixaram apenas na Zona B (- 36,64%, de 11,68% para 7,4%) e na Zona D (- 37,71%, de 15,22% para 9,48%). A pesquisa do CRECISP constatou que o aluguel que mais subiu em setembro foi o de apartamentos de 3 dormitórios localizados em bairros da Zona B, como Paraíso, Pinheiros, Planalto Paulista. O aumento foi de 35,5%, com o aluguel médio passando de R$ 2.200,00 para R$ 2.981,08. O aluguel que mais baixou foi o de casas de 3 dormitórios localizadas em bairros da Zona A, como os Jardins - o valor passou de R$ 3.571,43 em agosto para R$ 2.400,00 em setembro, uma redução de 32,8%. Vendas O presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto, destacou, no entanto, que o mercado de vendas de imóveis usados, especialmente, chega ao sétimo mês do ano disparando alarmes para o desempenho futuro. "A participação dos financiamentos nas vendas teve o segundo pior resultado do ano, e esse é outro sinal de alerta sobre a instabilidade que ronda esse segmento", enfatizou. Em setembro, foram financiados pela Caixa Econômica Federal e demais bancos com operação de crédito imobiliário 42% das unidades vendidas nas imobiliárias que o CRECISP consultou. As vendas à vista somaram 50% do total. O pior mês em número de financiamento foi junho, com 40,27% de unidades financiadas e 59,72% vendidas à vista. O mês com maior número de unidades financiadas por bancos foi janeiro, com 74,75%. "As dificuldades crescentes para financiar um imóvel explicam o porquê de as vendas estarem acumulando queda mesmo quando se tem, como em setembro, uma redução relativa de preços", afirmou Viana.