“O momento é de arrumar a casa”

Texto veiculado no jornal O Estado de São Paulo dia 24/10/2015

Essa foi uma das considerações da Dra. Claudia Magalhaes Eloy, pesquisadora do Laboratório de Habitação da FAU-USP, ao ministrar palestra no CRECISP sobre o tema: &Limites e potencialidades do SFH para o financiamento habitacional no Brasil&, na última semana. Cláudia traçou um panorama do Sistema Financeiro da Habitação, especificando a utilização da poupança e do FGTS como fundings para o crédito imobiliário do País. A pesquisadora relatou que, ao final de 2014, o Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) contava com 52% do estoque de poupança destinados ao crédito habitacional e o FGTS respondia apenas com 43,5% dos seus ativos totais. &Mesmo que haja essa disponibilidade de recursos para o financiamento de imóveis, grande parte das famílias ainda não seria capaz de tomar empréstimos por conta das atuais taxas de juros do mercado. A palestrante disse acreditar que o crédito imobiliário só representará um percentual maior em relação ao PIB do País quando a &casa for arrumada&, ou seja, no momento em que as regras para a utilização da poupança e do FGTS com fins habitacionais forem revistas. &O FGTS, por exemplo, poderia oferecer taxas mais baixas de financiamento, já que a captação é feita a 3% mais TR - que é a taxa de remuneração do cotista. Mas os spreads que incidem quando os recursos são repassados para o agente financeiro e para o usuário final propiciam um custo de mais de 7%. Taxas menores, no âmbito do Minha Casa Minha Vida, são oferecidas por meio de subsídio ao agente financeiro. Perde-se o potencial de repassar o recurso a um valor mais baixo.& O conteúdo dessa palestra está disponível em sua íntegra na tv.crecisp.gov.br