Capital registra queda nas vendas e locações em setembro

O mercado de imóveis usados da cidade de São Paulo registrou diminuição de 41,98% no total de casas e apartamentos vendidos e de 12,06% nos alugados em setembro na comparação com agosto. Foi o pior desempenho deste ano, segundo a pesquisa CRECISP realizada com 426 imobiliárias da Capital. Mesmo assim, as vendas de usados acumulam saldo positivo de 11,49% no período de janeiro a setembro. Já no mercado de locação residencial, o acumulado do ano apresenta saldo negativo de 5,25%. ``As vendas, embora oscilem de um mês para o outro, têm encontrado sustentação nos financiamentos bancários, mas a locação, como não pode ser ``financiada`` a longo prazo, sente mais diretamente os efeitos do estreitamento da renda das famílias``, comentou Walter Alves de Oliveira, presidente em exercício do CRECISP. Esse aperto na renda familiar foi expresso, por exemplo, em pesquisa da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio): 52,6% das famílias paulistanas endividadas em setembro. ``As famílias têm sentido o peso do aluguel em seus orçamentos``, argumentou Oliveira, acrescentando que ``não se pode dizer que o custo mensal da locação de uma casa ou apartamento seja barato e plenamente acessível a todos os extratos de renda``. Exemplos de valores captados pela pesquisa CRECISP nesse período dão mostras desse peso: um apartamento de 3 dormitórios na Zona B é alugado por R$ 2.566,67 e um apartamento simples de 1 único dormitório sai por R$ 1.027,78 na Zona D. ``Esse aluguel médio de R$ 1.027,78 é mais que o teto per capita definido pelo governo para classificar as famílias de classe média alta``, compara. A Secretaria de Assuntos Estratégicos do Governo Federal definiu em 2012 como critérios para identificação da classe média brasileira o grupo composto por famílias com renda per capita entre R$ 291,00 e R$ 1.019,00, universo que representa 54% da população.