Na Capital, preço de imóveis usados é cinco vezes maior que a inflação

No período de um ano, a pesquisa do CRECISP constatou que, na cidade de São Paulo, a valorização das casas e apartamentos usados ultrapassou com folga o índice da inflação do período. De junho de 2011 a maio último, o preço do metro quadrado desses imóveis subiu em média 25,98%, o aluguel aumentou 17,86% e a inflação medida pelo IPCA do IBGE acumulou alta de 4,99%. Ao analisar os resultados do levantamento, o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto, afirmou que a tendência é de que os preços continuem subindo por conta do déficit habitacional e também da crise econômica que está se manifestando no País. No quesito volume, a venda de imóveis usados apresentou queda de 19,1% no total de propriedades negociadas em maio na comparação com abril. Em contrapartida, houve um aumento de 19,51% no número de casas e apartamentos alugados na cidade no mesmo período. De janeiro até maio, as pesquisas CRECISP mostram que o volume de imóveis vendidos na Capital é negativo em 16,21% enquanto que o volume de novas locações mostra saldo positivo de 19,22%. "A tradução disso é que está ganhando dinheiro, quem compra para alugar, especialmente nas faixas mais demandadas, como os dois dormitórios, e em regiões com facilidade de transporte", enfatizou o presidente do CRECISP. Outro dado interessante levantado pela pesquisa mostra que a maioria das vendas feita na Capital se deu através de empréstimos bancários, representando 55,68% do total. Em tese, isso se explica também pela faixa de preços preferida pelos compradores: 75,71% dos imóveis vendidos tinham valor superior a R$ 200 mil. A Zona C, que reúne bairros como Lapa, Mandaqui e Mirandópolis, foi a preferida para os negócios, representando 26,14% do total de imóveis vendidos na cidade em maio. Nessa região, os imóveis de padrão médio construídos entre 8 e 15 anos apresentaram preço médio de venda de R$ 4.955,12, o m2. Aluguel Segundo a pesquisa CRECISP, o número de imóveis alugados em maio na Capital foi 19,51% maior que o de abril. As 448 imobiliárias pesquisadas alugaram 1.109 imóveis, sendo 511 casas (46,08%) e 598 apartamentos (53,92%). O fiador foi a forma adotada de garantia de pagamento em caso de inadimplência dos novos inquilinos em 47,8% dos aluguéis contratados em maio. A maioria das novas locações concentrou-se na faixa de aluguel mensal de até R$1.200,00, com 58,79% do total de contratos. O aluguel que mais subiu na Capital em maio foi o de apartamentos de 3 dormitórios situados em bairros da Zona A - o aluguel médio passou de R$2.223,08 em abril para R$3.121,05 em maio, um aumento de 40,39%. O aluguel que mais baixou foi o de apartamentos de três dormitórios situados em bairros da Zona D - a redução foi de 45,63% com o aluguel médio baixando de R$2.942,86 em abril para R$1.600,00 em maio. Os descontos concedidos pelos locadores sobre o aluguel inicial variaram de 8,38% na Zona A à 14,55% na Zona E. As imobiliárias receberam de volta 505 imóveis, o equivalente a 45,54% das locações contratadas em maio, número 17,28% menor que o apurado em abril. A pesquisa CRECISP pode ser consultada na íntegra através do link: www.crecisp.gov.br/pesquisas/pesquisa.asp. Nesse endereço, também estão à disposição todos os levantamentos feitos pela entidade desde 2003.