CRECISP pesquisa cenário do mercado imobiliário durante a pandemia

O CRECISP tem realizado diversas consultas junto aos profissionais do mercado imobiliário com o intuito de mensurar os impactos da pandemia nesse segmento. De 20 de abril a 08 de maio, todos os inscritos no Conselho receberam questionários a serem preenchidos de forma voluntária, para que fosse possível traçar um panorama dos negócios de compra, venda e locação de imóveis nesse período.

Os resultados mostram que, além de abalar a saúde dos paulistas, a Covid-19 também trouxe prejuízos financeiros que irão demanda um bom tempo até a recuperação.

Um total de 16.363 respostas foram obtidas em três questionários encaminhados aos profissionais de todo o Estado. A Capital foi a cidade com o maior número de participantes (38,5% do total). O restante das respostas esteve bem pulverizado em um grande número de municípios do Interior e Litoral.

Das respostas da Capital, os corretores participantes estão mais concentrados na delegacia Seccional Sul (12,84%); seguidos pelos do Centro (8,39%); Zona Leste (7,32%), Zona Oeste (5,25%) e Zona Norte (3,60%).

Ao serem perguntados sobre o porte dos escritórios onde atuavam, 12.164 participantes se dividiram da seguinte forma: 41,89% são autônomos (sem escritórios), 24,89% têm pequenos escritórios; 24,43% escritórios médios e 8,99% grandes.

Questões relativas à movimentação do mercado de venda e locação tiveram 8.006 respostas. Desse total, 43,1% afirmaram que as vendas pararam completamente durante a pandemia. Quanto aos alugueis, 41% dos participantes não trabalham com esse segmento e dos que trabalham, 16,9% relataram uma estagnação desse mercado no período.

A internet se consagrou como a forma de atendimento e contato entre corretores e clientes. Das 8.006 respostas obtidas pela Pesquisa CRECISP, 40,9% indicam o contato com o corretor pela internet; 26,3% por telefone e somente 1% pelo WhatsApp. E atendimento remoto também imperou entre os profissionais com 63% dos corretores trabalhando dessa forma no período.

Os corretores de imóveis relataram dificuldades na liberação de crédito imobiliário aos clientes: 37,7% afirmaram que os financiamentos não estão sendo liberados e 28% acham que a obtenção do crédito está mais demorada.

No entanto, não há um consenso mas sim um equilíbrio nas expectativas para os próximos meses: 38,3% acham que o mercado vai piorar; 37,6% pensam que vai melhorar e 24,2% acreditam na estabilidade.

Os inquilinos enfrentaram dificuldades durante os meses de isolamento e pandemia e, por conta disso, 46,4% dos corretores de imóveis receberam consultas para a carência no pagamento dos alugueis. Dos que responderam o questionário, 14,2% disseram que mais de 50% dos inquilinos solicitaram um desconto/carência no pagamento da locação.

Quanto aos financiamentos, 78,8% dos mutuários afirmaram aos corretores dificuldades no pagamento das parcelas.

De um total de 8.257 respostas obtidas, 51,06% dos entrevistados atuam com venda e locação; 46% somente com venda e 1,48% apenas com locação. Para esses corretores, o segmento de imóveis residenciais ainda é o carro-chefe, abarcando mais de 98% dos profissionais participantes.

Questionados sobre o que vem enfrentando por conta da pandemia, 86,6% dos 4.158 participantes responderam que estão com dificuldades financeiras e 52% disseram que os negócios pararam completamente.

A doença, felizmente, não prevaleceu entre os corretores de imóveis: 98% das respostas obtidas foram negativas quanto à apresentação de sintomas da doença e 99,4% não tiveram diagnóstico positivo para a COVID-19.

A quarentena no segmento imobiliário teve apoio de 15,7% dos corretores que responderam a pesquisa. Já 74,4% acham que a atividade deve ser liberada com restrições e 10,3% apoiam a liberação irrestrita.

O CRECISP também questionou os participantes quanto ao valor médio do m² para as áreas de padrão baixo, médio e nobre, obtendo as seguintes respostas:

Nas regiões de padrão baixo, o valor médio do m² gira em torno de R$ 500 para 30% dos entrevistados; até R$ 1.000 para 19,5% e acima de R$ 3.000 para 16,6%.

No padrão médio, o valor do m² parte de R$ 2.000 (28,3%) a acima de R$ 4.500 (19,7%).  E no alto padrão, o valor mais recorrente para os entrevistados ficou acima dos R$ 10 mil (20,9%).

Com relação às locações, em abril, as 2.207 respostas obtidas indicam que elas diminuíram 66,5% na comparação com março. Quanto às vendas, 75% dos 4.427 corretores que responderam essa questão afirmam não ter fechado nenhum negócio no período.