Balanço de venda e locação fecha 2019 positivo na Capital

Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo em 22/02/2020

As vendas de imóveis usados na cidade de São Paulo fecharam o quarto ano consecutivo de crescimento com o resultado positivo registrado em dezembro do ano passado, de 11,1% em relação a novembro. Segundo pesquisa feita com 272 imobiliárias pelo CRECISP, dos imóveis que foram vendidos na Capital, houve predominância dos apartamentos (73,15%) sobre as casas (26,85%).
O saldo acumulado de vendas em 2019 ficou positivo em 43,26%, menor que o de 2018, de 51,03%. Em 2017, o saldo positivo foi de 114,89%, o dobro do registrado em 2016, de 74%. Em 2015, quando o PIB do País recuou 3,8% sobre o ano anterior, marcando o pior ano de recessão econômica dessa década, o saldo acumulado das pesquisas mensais do CRECISP havia ficado negativo em 21,36%.
O crescimento das vendas de casas e apartamentos usados em dezembro foi inflado pela queda dos preços médios do metro quadrado dos imóveis vendidos, que recuaram 24,1% em comparação com novembro. Em 2019, o preço do metro quadrado acumulou alta média de 5,72%, pouco mais de 1 ponto percentual acima da inflação de 4,31% medida pelo IPCA do IBGE.
Quanto às locações, o número de imóveis alugados na cidade de São Paulo em dezembro foi 8,95% menor que em novembro, mas no acumulado do ano, o saldo de novas locações acabou positivo em 12,8%. Já o aluguel novo aumentou em média 3,52% em dezembro e puxou a alta acumulada em 2019 para 12,6%, segundo os resultados das pesquisas feitas mensalmente pelo Conselho.
O aumento de 12,6% no ano passado é o maior desde 2013, antes do início da recessão econômica que derrubou o PIB em 2014 e 2015, e supera em três vezes a inflação de 4,31% medida pelo IPCA. “A alta indica uma recuperação dos preços mesmo com a oferta ainda em níveis elevados, visível na profusão de placas de ´aluga-se´ espalhadas por todos os bairros da Capital e de praticamente todas as cidades”, afirma José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP.
A recuperação de 2019 pode ser circunstancial, motivada pela leve melhoria do emprego em setores do comércio e serviços, e, segundo Viana Neto, não indica necessariamente uma reversão de tendência. “Em 2018 e 2017, o saldo foi negativo depois de ficar positivo dois anos seguidos”, explica. “A renda da maioria das famílias continua comprimida e não dá espaço para que haja uma explosão do preço do aluguel, que já é caro para a maioria”.
Ao lembrar que os donos de imóveis “não podem se esquecer de que o aluguel desejado não é o aluguel que os candidatos a inquilinos podem pagar”, o presidente do CRECISP enfatiza que a locação depende da adequação do valor ao preço de mercado, “porque no bolso do inquilino também pesa o condomínio que em muitos casos chega a custar até mais que a metade do aluguel”.
A íntegra da Pesquisa CRECISP pode ser consultada pelo link: https://www.crecisp.gov.br/comunicacao/pesquisasmercado