CRECISP alerta para o controle da dengue

Matéria publicada no jornal O Estado de S. Paulo em 15/12/2018

De acordo com um levantamento do Ministério da Saúde, no estado de São Paulo, 250 cidades estão em situação de alerta ou risco de surto de dengue, zika e chikungunya. O número representa quase 39% do total de municípios do Estado, o que nos coloca em uma posição preocupante com relação às doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti.

Ainda segundo informações do Ministério, de janeiro a outubro, foram notificados 59.522 casos de dengue; 2.637 de chikungunya e 1.123 de zika no Estado. E embora os dados sejam inferiores aos registrados ao longo de 2017 – 83.062 de dengue; 4.228 de chikungunya e 1.472 de zika - é importante ressaltar que todos os procedimentos de controle e vistorias devem ser mantidos para que não tenhamos, novamente, uma epidemia, como as que já ocorreram em outros anos.

Por isso, vale lembrar o papel de suma importância que os corretores de imóveis têm no combate à dengue e demais doenças transmitidas pela picada desse mosquito. A começar pela mobilização social, é essencial que os profissionais que atuam no mercado imobiliário disseminem informações sobre as maneiras de reduzir os focos de proliferação, atuando como motivadores de colegas e clientes.

O método principal para controlar o Aedes aegypti é eliminando seus criadouros. Para tal, os corretores devem se atentar para a presença de recipientes que possam acumular água nos imóveis que estiverem sob a sua responsabilidade, focando nesses pontos. Privadas devem permanecer tampadas, assim como ralos e piscinas, evitando que surjam locais adequados à postura dos ovos pelas fêmeas dos mosquitos. O CRECISP fornece aos profissionais adesivos tapa-ralos e selos de vistoria a serem afixados na entrada das casas, facilitando o trabalho dos agentes municipais de saúde.

Ao receber a chave de um imóvel para venda ou locação, o corretor deve adotar a vistoria como expediente primordial, garantindo a segurança do local. Garrafas devem ser mantidas com a boca para baixo e as caixas d’água devem permanecer com tampas.

A presença de sujeira nas calhas pode impedir o escoamento de água, criando poças. Por isso, é bom fazer uma limpeza, removendo folhas e galhos do local.

Se houver pneus velhos nos quintais e jardins dos imóveis, o corretor deve entregá-los ao serviço de limpeza urbana, ou guardá-los em local abrigado da chuva. Sacos de lixo e lixeiras devem ser bem fechados, assim como possíveis toneis e barris d’água existentes no local. Deve ser dada atenção aos pratinhos de vasos de plantas, enchendo-os de areia até a borda.

É importante lembrar que o período das chuvas é aquele em que ocorre a maior proliferação do mosquito nos imóveis vazios, e os corretores são os únicos que têm acesso a essas propriedades que, frequentemente, não passam pela vistoria dos agentes da saúde. “Os proprietários, muitas vezes, ficam com medo de receber alguma multa e acabam se negando a abrir os imóveis”, comentou o presidente do CRECISP, José Augusto Viana Neto.

“As propriedades que ficarem para trás, certamente, poderão representar um grande perigo à saúde da comunidade”, completou Viana.